A cidade de Cuiabá, Mato Grosso, está em polvorosa após a divulgação de uma fotografia que mostra a vereadora eleita Baixinha Giraldelli (Solidariedade) ao lado de um homem apontado pela polícia como líder da facção criminosa Comando Vermelho no bairro Pedra 90. A imagem, registrada em agosto deste ano, reacendeu o debate sobre a influência do crime organizado na política local.

 
O homem em questão, Geovanni Mesquita Jesus, conhecido como GN2 e Sheik, possui um histórico de envolvimento com crimes como roubo a bancos e tortura. Ele foi preso em 2019 por tentar roubar uma agência bancária e em 2021 por trocar tiros com a polícia durante uma sessão de tortura praticada pelo Comando Vermelho. A presença da vereadora eleita em uma fotografia com um indivíduo de tal perfil gerou grande repercussão e questionamentos sobre a sua postura e possíveis ligações com o crime organizado.
 
Baixinha Giraldelli, por sua vez, negou qualquer vínculo com Geovanni Mesquita Jesus, alegando que a foto foi tirada sem seu conhecimento prévio sobre a identidade do suspeito. Ela afirmou que jamais nega uma foto para ninguém e que visitou diversas casas no bairro Pedra 90 para pedir votos durante a campanha. A vereadora também destacou que realiza doações no bairro e que não faz distinção entre as pessoas que recebe.
 
O prefeito eleito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), já havia se manifestado sobre a influência do crime organizado na política local, criticando supostas ligações entre políticos e integrantes de facções criminosas. Ele afirmou que não permitirá que a Mesa Diretora da Câmara seja "entregue nas mãos do Comando". A polêmica envolvendo a vereadora eleita e a fotografia com o líder de facção coloca em evidência a necessidade de investigações mais aprofundadas sobre a relação entre o crime organizado e a política em Cuiabá.
 
A vereadora eleita, por sua vez, declarou que pretende disputar a presidência da Câmara, afirmando que a Casa precisa de gente para trabalhar. Ela se coloca como uma administradora experiente, com sete anos à frente da Centro de Abastecimento de Cuiabá (Ceasa), e acredita ter capacidade de administrar a Câmara. No entanto, a polêmica em torno da fotografia com o líder de facção pode prejudicar suas chances de assumir a presidência, especialmente diante das declarações do prefeito eleito sobre a necessidade de combater a influência do crime organizado na política local.