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A Polícia do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira (9) um suspeito de envolvimento no assassinato de Luciene da Silva Gomes , que estava em situação de rua. Hitler da Silva Ângelo confessou que participou de um esquema para usar a vítima para resgatar um seguro de R$ 4 milhões que tinha sido feito em nome dela.
A investigação durou sete meses e teve a conclusão de que Luciene foi vítima de dois crimes: assassinato e estelionato . O esquema usava pessoas em situação de rua para aplicar golpes milionários. Segundo a delegada Luciana Fonseca , da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), “essa vida foi descartada com objetivo de angariar esses valores de 4 milhões”.
O assassinato
Luciene da Silva Gomes foi encontrada morta no dia 21 de fevereiro em Santa Cruz, na Zona Oeste carioca , com sinais de facadas. No local do crime, chamou a atenção da polícia o fato da vítima estar com um documento fixado no corpo, para ser imediatamente identificada.
Segundo a polícia, o mentor do crime é Hitler da Silva Angelo , preso na última quarta-feira (9), em casa, no Cachambi. Ele já tinha sido preso no ano passado por chefiar uma organização criminosa de estelionatos mediante, que falsificava empréstimos.
Além da forma com que o documento da vítima foi encontrado, os policiais também suspeitaram dos pedidos para acesso de laudos e registros de ocorrência feitos por diferentes advogados.
A polícia suspeitou de fraude financeira e pediu informações aos bancos. Um deles confirmou que havia dois seguros de vida em nome de Luciene, que somavam 4 milhões de reais. Eles tinham sido contratados cerca de 20 dias antes da morte da mulher.
Segundo o banco, para tentar receber logo o seguro, a pessoa que falava em nome da família de Luciene abriu mão do auxílio funeral e pediu dispensa dos documentos, como registro de ocorrência e laudo de exame de corpo de delito da vítima. Foi argumentado que já teriam tentado obter na delegacia e que os documentos demorariam cerca de 180 dias para serem liberados.
As investigações apontaram que os beneficiários do seguro eram duas pessoas que a família da vítima não conhecia. De acordo com a polícia, eles eram um homem (também em situação de rua) e uma mulher, que afirmou ter fornecido documentos e a foto a um homem que ofereceu a ela a abertura de uma nova conta no banco. Os dois seriam “laranjas” de Hitler.
O seguro
A contratação do seguro foi feita online, mas o pagamento da primeira cota foi presencial, na boca do caixa. Imagens de câmeras de segurança da agência do banco no Shopping Nova América, na Zona Norte da cidade, mostram Hitler movimentando as contas em fevereiro deste ano. Ele aparece nas imagens em dois dias usando camisetas do Fluminense.
O homem foi identificado graças a um detalhe na imagem: uma tatuagem no braço esquerdo. Ele também, segundo as investigações, cometeu um deslize no contrato do seguro, ao fornecer o próprio e-mail.
Hitler admitiu que abriu a conta, mas negou a execução da mulher. Para a delegada, já está estabelecido que ele é o autor intelectual do crime. O acusado vai responder por homicídio qualificado, com pena de até 30 anos, além de tentativa de estelionato.
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