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‘Se tive uma mãe, ela já morreu pra mim’, disse adolescente estuprada há anos pelo pai; mulher sabia e agredia a vítima

quinta-feira, 23 de maio de 2024
A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), prendeu, na terça-feira (21), um homem, de 40 anos, por estupro de vulnerável praticado contra a filha biológica e a enteada. A prisão ocorreu no estaleiro em que ele trabalhava, às margens do Rio Negro.

A delegada Joyce Coelho, titular da Depca, relatou que a filha do autor, a adolescente de 16 anos, procurou a irmã mais velha de 23, no dia 22 de abril para dizer que dois dias havia sido abusada sexualmente pelo pai. Posteriormente, ela informou que a violência sexual ocorria desde os 7 anos.

Na ocasião, ambas foram à delegacia e denunciaram o homem. Ao serem ouvidas, a irmã mais velha também disse ser vítima dele, dos 4 aos 11 anos. Segundo elas, a mãe tinha ciência dos abusos feitos pelo autor. “Constatamos que a genitora era omissa em relação aos abusos e ainda agredia fisicamente as filhas quando elas relatavam. O irmão delas, de 17 anos, chegou a presenciar o crime e relatou para a mãe, mas ela não tomou nenhuma providência”, contou a delegada.

Em suas redes sociais, a delegada publicou o relato da vítima, e comoveu diversos seguidores: “Uma vez, minha professora me chamou pra fazer uma homenagem no Dia das Mães. Eu falei pra ela que não tinha mãe, que eu só tinha uma madrasta. Quando fui pegar minhas coisas após ter denunciado, eu finalmente respondi a ela o porquê havia dito na escola que ela era minha madrasta! Ela sempre quis saber disso! Eu respondi que sempre contei a ela o que eu sofria e ela me batia…Nunca quis acreditar!”.

“Meu irmão viu um dos meus abusos e contou pra ela e mesmo assim, ela não fez nada! Então, se eu tive uma mãe, ela já morreu pra mim, porque mãe que é mãe protege os filhos”, publicou a autoridade policial.

Segundo a delegada, foi solicitada à Justiça a prisão da mulher e a aplicação de medidas protetivas em favor das filhas. A Justiça deferiu apenas as medidas protetivas, não concedendo a prisão. Também foi representada pela prisão preventiva do homem, e esta foi decretada. Ele responderá por estupro de vulnerável e posteriormente ficará à disposição da Justiça. Já a mãe, foi indiciada por omissão, estupro de vulnerável e violência doméstica.


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